Quem
era o Profeta Gentileza? Um mendigo louco que vivia pelas ruas e
dormia debaixo dos viadutos da Avenida Brasil, no Rio de Janeiro? As
mensagens eram místicas e iradas, moralistas, não raras vezes revelando
um possesso, fazendo previsões apocalípticas, invocando deuses e
demônios, mas de alma generosa.
Via-o
deambulando pela zona portuária da cidade, com um ar de
auto-suficiência, no início os anos 80 do século passado. Morreu em
1996 e sua obra, por pressão popular, foi preservada. Na exposição
Obranome2 (que foi montada por Wagner Barja durante a I Bienal
Internacional de Poesia de Brasília em 2008, depois levada para o
Parque Lage, no Rio de Janeiro,em 2009, incluiu imagens das obras do
Profeta Gentileza (apenas na versão carioca da mostra).
Localização das 103 pilastras do Profeta Urbano |
As
letras das mensagens são do “Profeta”, mas as figuras foram certamente
agregadas por outro artista para completar o espaço da pilastra do
Viaduto que margeia o cais do porto do Rio de Janeiro.
O
nome dele era José Datrino, nascido em Cafelândia, interior de São
Paulo e viveu no Rio como puxador de carreta de carreta. Teria ouvido
uma faísca que mudou seu pensamento e comportamento, chamando para uma
vida espiritual e abandono dos bens materiais. Aí começa sua vida de
dádiva e peregrinação pela rua. Recebeu atestado de sanidade mental
depois de ser levado ao hospital psiquiátrico.
Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_visual/profeta_gentileza.html