terça-feira, 31 de janeiro de 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
sábado, 28 de janeiro de 2012
Os Grandes Festivais de MPB
Os Grandes Festivais!
Quanta história cabe em tantas músicas...! Falando francamente só lembro
mesmo de um, que creio ter sido o último, o que revelou talentos como
Jane Duboc, Osvaldo Montenegro, Sandra Sá (antes da numerologia, muitos
tinham nomes diferentes), Raimundo Sodré ( com duplo sentido em "A
Massa") e outros que morreram (Jessé) ou simplesmente sumiram depois de
apagadas as luzes da ribalta.
Em
comum, os grandes festivais tem o envolvimento do público, formando -
no seu decorrer - facções apaixonadas e passionais na defesa de suas
prediletas. "Ponteio", vencedora do III FMPB no emblemático Outubro de
1967 era uma unanimidade. Delícia ver a participação ativa do público
presente, que na verdade atuava como verdadeira "segunda voz", que na
final daquele ano, emocionou tanto Edu Lobo que é visível seu engolir em
seco a emoção ao início da música. Observem que o nervosismo era
tamanho que o Quarteto Novo inicia antes de Edu estar preparado, param a
um pedido dele e reiniciam para ingressarem na história.
Um
ano antes, em 1966, aconteceu um fato digno de nota, digno de um grande
festival. Transcrevo a seguir um texto postado no site MPB -
Cifratinga, para que tenham uma remota idéia do clima...
"Eu havia aconselhado o Vandré a olhar com carinho para a música
sertaneja, e creio que devo tê-lo influenciado para que compusesse Disparada.
Difícil foi convencê-lo a não cantá-la. O Vandré, embora tivesse uma
boa presença no palco, não era muito conhecido e ainda não tinha cancha
suficiente para encarar, em um espetáculo sempre cheio de tensões, uma
música que exigia grande força interpretativa."
O Vandré foi conferir. Fez alguns ensaios e ficou convencido. Com o Trio Marayá e o Trio Novo, formado por Heraldo do Monte na viola caipira, Théo de Barros ao vilão e Aírto Moreira na percussão, montaram um número muito forte. Uma queixada de burro, habilmente manipulada na primeira eliminatória por Aírto e na final por Manini, deu o toque final. O Chico se apoiou na tímida, porém cheia de joelhos e charme, Nara Leão. Os dois se completavam e a inclusão de uma bandinha de verdade resultou em outro número fortíssimo, apesar da timidez evidente que ambos demonstravam no palco.
O Vandré foi conferir. Fez alguns ensaios e ficou convencido. Com o Trio Marayá e o Trio Novo, formado por Heraldo do Monte na viola caipira, Théo de Barros ao vilão e Aírto Moreira na percussão, montaram um número muito forte. Uma queixada de burro, habilmente manipulada na primeira eliminatória por Aírto e na final por Manini, deu o toque final. O Chico se apoiou na tímida, porém cheia de joelhos e charme, Nara Leão. Os dois se completavam e a inclusão de uma bandinha de verdade resultou em outro número fortíssimo, apesar da timidez evidente que ambos demonstravam no palco.
As duas foram classificadas para a final. Estava na cara que uma delas seria a vencedora do festival. Os discos não paravam de tocar em todas as rádios, e a disputa entre o Chico e o Vandré virou o assunto do país. Primeiras páginas de todos os jornais. A brincadeira era: Você é dos “bandidos” ou dos “disparatados”?
Era incrível que um evento que acontecia em um pequeno auditório, com pouco mais de quinhentos lugares, tivesse adquirido aquela dimensão. Na noite da finalíssima, os teatros da cidade de São Paulo suspenderam seus espetáculos por falta de público, os cinemas ficaram às moscas e as ruas, vazias. Cheguei a receber uma comissão de produtores teatrais pedindo que mudasse o dia das apresentações do festival.
A apresentação das músicas foi inesquecível. A platéia dividiu-se. De um lado, a turma universitária que torcia apaixonadamente pelo seu representante, com o ingênuo e poético desfile dos personagens de uma cidade que parava para ver a banda passar tocando coisas de amor. Uma marchinha singela e de poucos atrativos musicais. Do outro, os que respondiam ao apelo engajado do cavaleiro de laço firme e braço forte de um reino que não tinha rei. Foi uma apresentação emocionante e consagradora, tanto para o Chico e sua companheira Nara, como para o Vandré, via Jair Rodrigues.
Era incrível que um evento que acontecia em um pequeno auditório, com pouco mais de quinhentos lugares, tivesse adquirido aquela dimensão. Na noite da finalíssima, os teatros da cidade de São Paulo suspenderam seus espetáculos por falta de público, os cinemas ficaram às moscas e as ruas, vazias. Cheguei a receber uma comissão de produtores teatrais pedindo que mudasse o dia das apresentações do festival.
A apresentação das músicas foi inesquecível. A platéia dividiu-se. De um lado, a turma universitária que torcia apaixonadamente pelo seu representante, com o ingênuo e poético desfile dos personagens de uma cidade que parava para ver a banda passar tocando coisas de amor. Uma marchinha singela e de poucos atrativos musicais. Do outro, os que respondiam ao apelo engajado do cavaleiro de laço firme e braço forte de um reino que não tinha rei. Foi uma apresentação emocionante e consagradora, tanto para o Chico e sua companheira Nara, como para o Vandré, via Jair Rodrigues.
O júri estava reunido e os boatos, rolando. Ganhou o Chico! Não, ganhou o Vandré! Era de fato uma decisão difícil. Em uma reunião prévia dos jurados naquela tarde, para criar critérios na tentativa de evitar que a disputa entre as duas terminasse beneficiando uma terceira, o que seria desastroso, a tendência parecia dar a vitória ao Chico. Ficou acertado que a decisão definitiva só aconteceria depois da apresentação das músicas, para que fosse levada em consideração a reação do público.

O Paulinho de Carvalho temia que destruíssem o teatro caso o resultado não fosse do agrado daquela gente que, emocionada, cantava as duas favoritas. Era impossível saber qual era a preferida. Outro papo rolou pelos bastidores: o Chico não aceitaria a vitória. Eram boatos desencontrados e o júri, embalado por um dos mais emocionantes espetáculos musicais até então apresentados pela televisão brasileira, recorde de audiência para programas musicais, votou pelo empate, recebido pela platéia do Teatro Record com aplausos delirantes. E com evidente alívio pelo Paulinho de Carvalho...".

O Paulinho de Carvalho temia que destruíssem o teatro caso o resultado não fosse do agrado daquela gente que, emocionada, cantava as duas favoritas. Era impossível saber qual era a preferida. Outro papo rolou pelos bastidores: o Chico não aceitaria a vitória. Eram boatos desencontrados e o júri, embalado por um dos mais emocionantes espetáculos musicais até então apresentados pela televisão brasileira, recorde de audiência para programas musicais, votou pelo empate, recebido pela platéia do Teatro Record com aplausos delirantes. E com evidente alívio pelo Paulinho de Carvalho...".
Fonte: Prepare seu Coração (A História dos Grandes Festivais) – Solano Ribeiro – Geração Editorial, 2002
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Roleta Russa
Um olho mira, um olho fecha
Desejo é flecha
A mão arrisca
Um olho vê, um olho cega
A bala, a mão, a mira
A espera, o disparo...
Desejo é flecha
A mão arrisca
Um olho vê, um olho cega
A bala, a mão, a mira
A espera, o disparo...
Meu coração atira
Ao alvo errado, e acerta...
Ao alvo errado, e acerta...
Um olho mira, um olho fecha
Desejo é flecha
A mão arrisca
Um olho vê, um olho cega
A bala, a mão, a mira
A espera, o disparo...
Desejo é flecha
A mão arrisca
Um olho vê, um olho cega
A bala, a mão, a mira
A espera, o disparo...
Meu coração atira
Ao alvo errado, e acerta...
Ao alvo errado, e acerta...
Um olho vendo, um olho veda
Desejo é fera
A mão atiça...
Desejo é fera
A mão atiça...
Desencontro Marcado
Ela me aparecia todas as tardes
Com margaridas nas mãos
E beijos sempre prontos
Sua risada
Era a música mais maravilhosa
Que se podia ouvir
Me inebriava ao ponto do esquecimento
De mim mesmo
E como tudo que dá prazer
Vicia
Lembrei Clarice:
Quis ter o que já tinha
Mas a moça das margaridas disse
Que seus beijos não eram meus
E sim pétalas de um amor que nunca lhe veio
Atiradas ao vento
No abismo da saudade de si mesma
E.J.
Porta-recados
Se perguntar o que é o amor pra mim
Não sei responder
Não sei explicar
Mas sei que o amor nasceu dentro de mim
Me fez renascer
Me fez despertar
Me disseram uma vez
Que o danado do amor
Pode ser fatal
Dor sem ter remédio pra curar
Me disseram também
Que o amor faz bem
E que vence o mal
E até hoje ninguém conseguiu definir
O que é o amor
Quando a gente ama, brilha mais que o sol
É muita luz
É emoção
O amor
Quando a gente ama, é um clarão do luar
Que vem abençoar
O nosso amor
Não sei responder
Não sei explicar
Mas sei que o amor nasceu dentro de mim
Me fez renascer
Me fez despertar
Me disseram uma vez
Que o danado do amor
Pode ser fatal
Dor sem ter remédio pra curar
Me disseram também
Que o amor faz bem
E que vence o mal
E até hoje ninguém conseguiu definir
O que é o amor
Quando a gente ama, brilha mais que o sol
É muita luz
É emoção
O amor
Quando a gente ama, é um clarão do luar
Que vem abençoar
O nosso amor
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Poesia Parati
- Nenhum comentário está aguardando moderação
- Não há emails não lidos na sua caixa entrada
- Usuário bloqueado pelo proprietário do perfil
-No momento o número chamado encontra-se desligado
ou fora da área de cobertura
-Voce acessou a caixa de mensagensE.J
,
Dia Três
já não temo fantasmas
invoco a todos
que venham em bando
povoar meus dias
atormentar minhas noites
entre tantos
loucos e livres
existe um
que é doce
e que me falta
invoco a todos
que venham em bando
povoar meus dias
atormentar minhas noites
entre tantos
loucos e livres
existe um
que é doce
e que me falta
Dia Dois
Por mais um dia me venci
Nesta guerra louca que travo
Comigo só
A certeza
Da solidão dos que se vencem.
Um a um meus demônios vão tombando
Ao meu lado.
Tenho medo de ter medo
De descobrir
Que eles eram minhas únicas companhias.
E.J 26-01-2012
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Livro de Rosto
Há lugares em que tú não podes ir.
Eu te proibo!
A verdade lá é tão intensa que pode cegar aos que foram habituados à pouca luz.
Como tú.
E o que farias lá, além de ver
A real dimensão de ti mesmo?
No máximo encontrarias um outro pedaço de mim,
Entre as flores que eu curto
E as vozes
Antes anônimas e sem importância
Seriam ouvidas por ti no que delas ecoo.
Assim, além de não achares mais
Me perderias
Em meio aos teus próprios gritos de dor.
Porque para ti deixei
Apenas os espinhos.
E.J. - 25-01-2012
LUGAR SECRETO
Eu tenho um jardim secreto
cheio de rosas selvagens,
magnólias e lírios que
inebriam o ar com o perfume.
Naquele jardim as lembranças
dançam ao vento, vestidas
de véus etéreos,
e eu, num balanço tento
alcançar as recordações,
jogando na água purificadora
as que me machucaram.
E você, venha comigo
se assim o desejar e se amar,
leva-lo-ei lá longe, onde os campos
tocam o céu, onde o meu amor
vai deixá-lo tremulo,
onde o seu corpo ficará
extasiado por cascatas
de pétalas de flores.
E então você poderá repousar
no meu jardim secreto, onde
somente você pode se perder...
Lully
Fernando Pessoa
É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!
Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo.
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!
Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Queria que voce estivesse aqui
Todas as manhãs, quando o sol está nascendo, um bando de Guarás deixa as ilhas em direção ao continente e retornam ao cair da tarde.
Um espetáculo fascinante!
Desencontro
- Diz-me...
- Sim?!
- ... o que achas?
- Não sei. Talvez...
- Mas não achas que...
- Não sei, já te disse!
- Pois. E se...
- Se o quê?
- Se eu te dissesse...
- O quê?
- Deixa. Não interessa.
- Mas se me dissesses o quê?
- Não interessa. Mas olha, será que depois...
- Depois?
- Sim.
- Depois, é um caso para se ver.
- Será que haveria hipótese?
- Era um caso a ver.
- Tu repetes-te muito!
- A culpa é tua!
- Achas?
- Acho.
- A sério??
- Sim.
- Mas ainda não me disseste.
- Não te disse o quê?
- Esquece.
- Esqueço?
- Sim.
- De certeza?
- Sim.
- Ainda me vais ter que explicar o que é para esquecer.
- Deixa lá. Olha...
- Para onde?
- Para mim!!
- Desculpa. Estava distraído. Estou a olhar.
- E então?
- Então?
- O que achas do meu vestido novo?
- Ah desculpa! É bonito.
Valdevinoxis
- Sim?!
- ... o que achas?
- Não sei. Talvez...
- Mas não achas que...
- Não sei, já te disse!
- Pois. E se...
- Se o quê?
- Se eu te dissesse...
- O quê?
- Deixa. Não interessa.
- Mas se me dissesses o quê?
- Não interessa. Mas olha, será que depois...
- Depois?
- Sim.
- Depois, é um caso para se ver.
- Será que haveria hipótese?
- Era um caso a ver.
- Tu repetes-te muito!
- A culpa é tua!
- Achas?
- Acho.
- A sério??
- Sim.
- Mas ainda não me disseste.
- Não te disse o quê?
- Esquece.
- Esqueço?
- Sim.
- De certeza?
- Sim.
- Ainda me vais ter que explicar o que é para esquecer.
- Deixa lá. Olha...
- Para onde?
- Para mim!!
- Desculpa. Estava distraído. Estou a olhar.
- E então?
- Então?
- O que achas do meu vestido novo?
- Ah desculpa! É bonito.
Valdevinoxis
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Amizade
Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.
Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.
Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.
Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.
Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.
(Albert Einstein)
Assinar:
Postagens (Atom)